segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pedaços da infância vergonha e gigante.

Infância vergonha e gigante.
Desde pequeno passear pelo centro de grandes cidades é uma coisa fascinante pra mim. Olhar carros na rua, perder o topo dos prédios de vista, que se hoje são grandes imagina quando somos crianças, andar pela borda das calçadas, caminhar sem pisar nas linhas das pedras e basaltos, olhar através dos dedos como se fosse uma luneta, contar janelas, somar os números das placas dos carros, imaginar rostos na frente dos carros, motos, caminhões...
Crescendo mais um pouco e ficando desgarrado, andava muito sozinho e tinha vergonha de entrar em alguns lugares e até medo de perguntar. Medo, onde já se viu? Cresci e graças à necessidade superei(quase tudo) Muitas pessoas são assim, crescem com isso e morrem assim, com medo até de perguntar.
Uma vez jogando bola no parque da redenção com outros 3 amigos que conheci na rua, vi uma árvore sendo abraçada por outra (como a da foto) e fiquei curioso...um senhor que por ali passava percebeu minha curiosidade e perguntou se eu conhecia a história do "Gigante que se afogou no lago da Redenção". Fique com "vergonha"...o senhor foi saindo e pensei "Se eu não perguntar agora posso nunca descobrir e se um gigante se afogou aqui eu quero saber que história é essa!" corri e perguntei "Como foi que ele se afogou e o que tem a ver com a árvore?" e ele me contou uma história comprida, mas que se resume no gigante que não sabia nadar, caiu no lago e estava se afogando quando conseguiu se segurar em uma árvore. O gigante cansou e adormeceu, acabou morrendo afogado, mas continuou agarrado a árvore e assim ficou por muitos e muitos anos até virar um galho que ficou abraçado na árvore.
Sabia que se tratava de uma bela história da cabeça do bom homem, mas quem gosta de contar deve gostar de ouvir.
Com isso foi se embora minha vergonha de perguntar à estranhos e, de quebra, alimentou meu gosto por contar histórias.
Existe uma linha que separa a ignorância da vergonha pra ultrapassar devemos perguntar, de coração, e tirar as dúvidas ou morrer abraçado no pote fervendo como o urso da fábula.

Nenhum comentário:

Postar um comentário